sábado, 30 de janeiro de 2010

Toda mudez do mundo


Retirada do pequeno acervo fotográfico de Iamí e gentilmente cedida pelo mesmo.


De quando em quando, dou-me o direito de ir à praia . Sinceramente, não gosto muito de sol, calor , água salgada e tudo mais que brasileiro adora numa praia.
Piso na areia, gelada ou infernal, de acordo com o sol e olho ao meu redor. Tantas cores. Tantos sons. Tudo tão embrumado na confusão dos sentidos, olhamos para tudo e não observamos nada.Creio que isso se dá pela insaciável ganância de querermos abraçar todas as coisas de uma só vez.Subitamente, meu pensamento se interrompe, atropelado pelo seguinte: "Está sol. Preciso dar um mergulho."

Meus passos acelerados contra o oceano fazem com que os sons e as imagens se distorçam menos, à medida que o mar quebra mais forte com suas descuidadas ondas. No caminho, famílias anônimas brincam como se não tivessem contas a pagar ao fim do mês, aves mergulham vorazmente em busca do pão de cada dia e as barcaças capturam menores com suas redes, conseguindo seus pães de cada dia para suas famílias anônimas.

Enfim, cheguei. Sabe o que é mais sublime? Conseguir ouvir toda a mudez do mundo e é bem simples.

Basta mergulhar e não fazer mais nada. Absolutamente nada. Todos os ruídos e imagens bagunçadas de mais cedo se tornam...paz.Silêncio...aprendamos a ouvir quietude do universo, pois nesses breves e eternos quinze segundos é que não temos a preocupação de tentar identificar o que está em volta. Apenas é. Tchááá!! Todo o caos retorna.

Confusão.









Por Iamí

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